quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O réu-confesso Alair Correa

Antes eu apenas achava que a derrota sofrida nas urnas em 2008 - quando ele foi levado a nocaute pelo prefeito reeleito de Cabo Frio, Marquinho Mendes - havia afetado os miolos do deputado Alair Correa, agora tenho certeza.

Tive acesso agora à noite a um e-mail na qual ele confessa ter pago R$ 250 mil por um imóvel que, segundo ele mesmo afirma, valia bem menos. Pior ainda, além do confessado superfaturamento, Alair revela mais uma irregularidade: adquiriu para o município uma casa que estava hipotecada para garantir o pagamento de dívidas.

No e-mail enviado a um cidadão que havia escrito a Alair para protestar contra o ataque desferido pelo deputado contra o irmão desse cidadão, Alair afirmou que, quando prefeito, desapropriou o imóvel que atrapalhava a ampliação do estádio municipal e que o fez para ajudar um amigo que estava falido e precisava do dinheiro para se reerguer economicamente.

“... o pior ainda é que paguei pela casa 250 mil reais, quando valia muito menos e ele não conseguiria vendê-la, pois a mesma estava hipotecada por dívidas. Os advogados quase que me proibiram de comprá-la, mas falei pra eles que ia comprar porque precisava ajudar o seu irmão.”

Resumindo: Alair Corrêa confessou ter usado o dinheiro do povo para ajudar um amigo. Isso é crime e certamente vai gerar um procedimento administrativo no Ministério Público e resultar em mais uma ação de improbidade administrativa.


Retrocesso em Japeri

Andar para frente é o que se exige numa sociedade moderna, mas tem gente que prefere a estagnação e outros optam pelo retrocesso mesmo.

Foi o que aconteceu hoje em Japeri, quando foi eleita a composição da mesa diretora da Câmara Municipal para o biênio 2011/2012. Os vereadores resolveram engatar a ré e elegeram José Alves do Espírito Santo, o Zé Ademar, para presidir a Casa a partir de 1º de janeiro do próximo ano.

Digo que o Legislativo japeriense escolheu andar para trás porque o Sr. José Alves do Espírito Santo já foi presidente da Câmara por duas legislaturas e quem acompanhou esse período não acreditou quando hoje a tarde ele foi eleito para mais um mandato de presidente daquele poder.


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Vamos refletir?

O texto abaixo é próprio para pararmos e pensar sobre o pais que queremos: se uma nação confundida como propriedade de um partido político que precisa do poder para se sustentar e manter alimentada uma companheirada chegada a meter os pés pelas mãos ou uma nação para todos os brasileiros.

A escolha que faremos no próximo domingo poderá ser um golpe contra a corrupção que o PT e o presidente Lula banalizaram nos últimos oito anos. Depende de cada um de nós.


O mal a evitar

Editorial da edição de 26 de setembro do jornal “O Estado de São Paulo”

A acusação do presidente da República de que a Imprensa "se comporta como um partido político" é obviamente extensiva a este jornal. Lula, que tem o mau hábito de perder a compostura quando é contrariado, tem também todo o direito de não estar gostando da cobertura que o Estado, como quase todos os órgãos de imprensa, tem dado à escandalosa deterioração moral do governo que preside. E muito menos lhe serão agradáveis as opiniões sobre esse assunto diariamente manifestadas nesta página editorial. Mas ele está enganado. Há uma enorme diferença entre "se comportar como um partido político" e tomar partido numa disputa eleitoral em que estão em jogo valores essenciais ao aprimoramento se não à própria sobrevivência da democracia neste país.

Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, o Estado apoia a candidatura de José Serra à Presidência da República, e não apenas pelos méritos do candidato, por seu currículo exemplar de homem público e pelo que ele pode representar para a recondução do País ao desenvolvimento econômico e social pautado por valores éticos. O apoio deve-se também à convicção de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o País.

Efetivamente, não bastasse o embuste do "nunca antes", agora o dono do PT passou a investir pesado na empulhação de que a Imprensa denuncia a corrupção que degrada seu governo por motivos partidários. O presidente Lula tem, como se vê, outro mau hábito: julgar os outros por si. Quem age em função de interesse partidário é quem se transformou de presidente de todos os brasileiros em chefe de uma facção que tanto mais sectária se torna quanto mais se apaixona pelo poder. É quem é o responsável pela invenção de uma candidata para representá-lo no pleito presidencial e, se eleita, segurar o lugar do chefão e garantir o bem-estar da companheirada. É sobre essa perspectiva tão grave e ameaçadora que os eleitores precisam refletir. O que estará em jogo, no dia 3 de outubro, não é apenas a continuidade de um projeto de crescimento econômico com a distribuição de dividendos sociais. Isso todos os candidatos prometem e têm condições de fazer. O que o eleitor decidirá de mais importante é se deixará a máquina do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem uma coisa só, submetendo o interesse coletivo aos interesses de sua facção.

Não precisava ser assim. Luiz Inácio Lula da Silva está chegando ao final de seus dois mandatos com níveis de popularidade sem precedentes, alavancados por realizações das quais ele e todos os brasileiros podem se orgulhar, tanto no prosseguimento e aceleração da ingente tarefa - iniciada nos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique - de promover o desenvolvimento econômico quanto na ampliação dos programas que têm permitido a incorporação de milhões de brasileiros a condições materiais de vida minimamente compatíveis com as exigências da dignidade humana. Sob esses aspectos o Brasil evoluiu e é hoje, sem sombra de dúvida, um país melhor. Mas essa é uma obra incompleta. Pior, uma construção que se desenvolveu paralelamente a tentativas quase sempre bem-sucedidas de desconstrução de um edifício institucional democrático historicamente frágil no Brasil, mas indispensável para a consolidação, em qualquer parte, de qualquer processo de desenvolvimento de que o homem seja sujeito e não mero objeto.

Se a política é a arte de aliar meios a fins, Lula e seu entorno primam pela escolha dos piores meios para atingir seu fim precípuo: manter-se no poder. Para isso vale tudo: alianças espúrias, corrupção dos agentes políticos, tráfico de influência, mistificação e, inclusive, o solapamento das instituições sobre as quais repousa a democracia - a começar pelo Congresso. E o que dizer da postura nada edificante de um chefe de Estado que despreza a liturgia que sua investidura exige e se entrega descontroladamente ao desmando e à autoglorificação? Este é o "cara". Esta é a mentalidade que hipnotiza os brasileiros. Este é o grande mau exemplo que permite a qualquer um se perguntar: "Se ele pode ignorar as instituições e atropelar as leis, por que não eu?" Este é o mal a evitar.


“Fichas-suja”, sociologicamente falando

Boa parte 46 membros da bancada fluminense no Congresso Nacional responde a processos na Justiça, inclusive a ações criminais, assim como muitos dos 70 deputados estaduais. Como não foram condenados em corte colegiada, segunda ou terceira instâncias, não se consideram “ficha-suja”.

Deviam ser considerados sim e proibidos de disputar eleições, mas como os Gilmar Mendes da vida pensam o contrário, assim como vários desembargadores e ministros do TSE e do Supremo Tribunal Federal, cabe ao eleitor dar a sentença, deixando de votar em político que esteja encrencado com a Justiça, pois sociologicamente falando, expressão usada por uma promotora de Rio das Ostras, são “fichas-sujas”, mesmo.

Ao julgar um processo no qual o deputado estadual Alcebíades Sabino (PSC) pedia direito de resposta ao jornal “Expresso Regional”, de Macaé - que o chamou de ficha-suja, pelo fato de ele responder atualmente a três ações, estar com os bens e contas bancárias bloqueados, além de ter sido processado pelo Ministério Público por compra de votos durante a campanha de 2006 -, a promotora eleitoral Mônica Campos externou dois conceitos de "ficha-suja", de caráter jurídico (os políticos já condenados pela Justiça) e de caráter sociológico (políticos citados por práticas ilegais, mas ainda não condenados), como é o caso de Sabino, um “ficha suja” sociologicamente falando, conceito também aplicado aos deputados federais Arnaldo Vianna, Solange Almeida, Nelson Bornier, Silvio Lopes, Leandro Sampaio, Geraldo Pudim, Hugo Leal, Edson Ezequiel, Fernando Lopes, Eduardo Cunha, Neilton Mulim, Manoel Ferreira e Rogério Lisboa.

Além de Sabino, sociologicamente falando, são “fichas-suja” Alair Correa, Mário Marques, Anabal de Souza, José Nader, Wilson Cabral, Geraldo Moreira e Jorge Babu, seus colegas na Assembléia Legislativa.


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Os jagunços do “coroné” Sabino

Em toda campanha eleitoral é a mesma coisa. Esse homem não aprende mesmo. Estou falando do deputado estadual Alcebíades Sabino, aquele que pensa que Rio das Ostras é seu fundo de quintal e que se sente senhor da vontade do povo, a ponto de não respeitar o resultado das urnas.

Lembro-me que em 2008, durante as comemorações da semana da pátria, os capangas do “dono” da cidade partiram para cima de um cinegrafista e o caso foi parar na delegacia. O fato se repetiu na semana passada, mais precisamente no dia 23, quando um grupo de apoio ao deputado tentou agredir dois pastores evangélicos que tinham em mãos fotocópias de uma matéria da revista Veja, na qual Sabino é apontado como um dos muitos parlamentares encrencados com a Justiça e com a Receita Federal.

De acordo com os pastores, que registraram queixa na 128ª Delegacia de Polícia, um dos integrantes do grupo, se dizendo policial, chegou a mostrar-lhes uma pistola. A ameaça foi porque um dos pastores, vendo o perigo a sua frente, ligou a filmadora que trazia consigo e passou a registrar o fato.

Alguém precisa dizer ao nobre deputado, que o tempo do coronelismo já passou. Também é preciso dizer a esses valentões que o cercam, que se são machos de verdade e realmente pertencem a uma corporação policial, devem agir como tais, indo prender bandido. Mostrar arma para pastor é mole. Quero ver é ter peito para trocar tiro com a bandidagem que está deitando e rolando ai na cidade, inclusive aprontando em frente à sede local da PM, na Avenida Roberto Silveira.