sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Onde está a Imprensa?

Desde o início do governo Lindberg Farias que muita coisa inusitada tem acontecido na cidade. Desde irregularidades inéditas até na mudança no relacionamento com a Imprensa. O então deputado federal Lindberg Farias era o queridinho da dona Imprensa, quem não apoiava era simpatizante, me lembro bem. Mas, como para conhecer um homem é preciso dar poder a ele, logo que assumiu o moço mudou de ares e de reações. Logo no primeiro ano passou a tratar os jornalistas que ousavam publicar alguma coisa contra o governo de "jornalistas do mal". Um deles, Almeida dos Santos, foi demitido de um jornal da cidade, a pedido do governo, porque postou críticas em sua coluna.

Outros repórteres da grande Imprensa também foram hostilizados direta ou indiretamente. O antes "estrela carimbada" passou a fugir da Imprensa. Em três anos de governo deu apenas uma coletiva para explicar por que não pagava as clínicas conveniadas ao SUS, respondeu com uma peróla que lhe rendeu um processo de improbidade (mas isso é motivo para outro artigo). Pois bem, o rapaz não parou por ai. Depois de tentar demitir e desmoralizar, passou a dizer que os jornalistas que lhe faziam críticas eram pagos pelo deputado federal Nelson Bornier (que deve estar muito rico para pagar a tanta gente).

Nesse caminho, ex-colaboradores do então candidato, se juntaram as fileiras dos "jornalistas do mal". Um deles, o radialista Gabriel Barbosa, passou a fazer duras críticas ao governo em seu programa Perfil da Baixada na Rádio Tropical Solimões. Lindberg nunca aceitou o convite de Gabriel para ir a rádio se defender das acusações. Se limita a tentar constranger o radialista quando o encontra em público falando em voz bem alta "eu gosto muito de ti. Precisamos conversar", para dar aparência de uma situação que não existe. Ultimamente, Gabriel tem recebido ameaças sérias. Na última semana, o irmão dele, Mauro Barbosa, foi raptado por dois homens armados que lhe mandaram o recado: "Diz para o seu irmão deixar o Lindberg em paz porque sua família vai sofrer".

Sabemos que essa não é a maneira de Lindberg operar. Ele age nos bastidores, nas sombras, não teria coragem de cometer um ato como esse. Mas, é certo também, que alguém pode querer agradá-lo ou incriminá-lo. Mas, o que causa maior espanto é que a Imprensa, com exceção do Hora H e da TRIBUNA DA REGIÃO, vem ignorando as ameaças feitas ao radialista. Nossos colegas estão cometendo o erro de acreditar que nada de mais grave vai acontecer. Estamos em ano eleitoral onde os ânimos ficam cada vez mais acirrados e tudo pode acontecer. Não cometam esse erro. Hoje é o Gabriel, amanhã poderá ser qualquer um de nós.






Essa é a resposta

Acho que meu amigo Almeidinha vai ficar chateado comigo, mas vou antecipar aqui a resposta sobre o preço da tal carroça. É coisa de R$ 390 mil e ela foi batizada de “Carroça Cultural”. Aliás, tem gente no Ministério Público querendo saber o nome do burro que autorizou a aquisição.




quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Que papelada essa é essa, secretário?

Ontem a noite uma fonte da secretaria de Saúde de Nova Iguaçu me contou que dias antes de viajar para São José dos Campos, para recuperar-se de uma pneumonia, o novo titular da pasta, Henrique Johnson teria levado para sua antecessora, Marli Freitas, vários documentos, com data retroativa. Queria que ela os assinasse. Contou a fonte que Marli disse não e Johnson deixou a sala desolado, pensando em como se livraria do “pepino”.






São R$ 365 milhões, Senhor Anônimo


Um desses “anônimos” que adoram defender o indefensável me enviou hoje a tarde um e-mail contestando a informação de que o município de Nova Iguaçu nunca recebeu tantos recursos como nos últimos três anos. Na nota eu afirmei ter sido cerca de R$ 300 milhões. O “advogado” da administração municipal disse ser muito menos. Errou, Senhor Anônimo. É muito mais que isso. Foram R$ 108.717.655,81 em 2005, R$ 115.337.775,08 em 2006, R$ 141.693,338,63 no ano passado e R$ 13.219,217,90 de 1º janeiro e 15 de fevereiro. Foram exatos R$ 365.748.369,52, dinheiro que passou por quatro gestões. A quinta só começou agora, com a nomeação do ex-consultor da Finatec, Henrique Johnson, nomeado para substituir a professora Marli Freitas.






Pode estar a caminho o sexto titular da Saúde de Nova Iguaçu

O município de Nova Iguaçu poderá conhecer nos próximos dias o sexto secretário de Saúde em pouco mais de três anos. É que uma fonte ligada ao gabinete do prefeito Lindberg Farias (PT), acaba de me dizer que o secretário Henrique Johnson deverá ser exonerado do cargo a qualquer momento e na portaria, “para não ficar feio”, constará aquele mesmo “a pedido” verificado nos atos oficiais que destituíram Eduardo Gianete (Transporte), Francisco José, o Chico Paraíba (Fazenda), Estela Aranha (Governo), Duncan Semple (Governo) e Mônica Rangel (que mandou muito nas secretarias de Saúde e Educação). De acordo com a fonte, Lindberg não gostou do fato do blog ter noticiado a ligação de Johnson com a Finatec, muito menos da noticia de que ele fora auditor da instituição no município.


Fale alguma coisa secretário

Tudo indica que secretário Henrique Johnson continua descansado em São José dos Campos. O blog foi acessado de lá na noite de quarta-feira e na manhã dessa quinta. Foram 12 minutos na quarta e alguns segundos quinta. No domingo foram 34 minutos de leitura. Esse jornalista adoraria entrevistar o secretário. Se ele quiser o trabalho pode ser feito via e-mail mesmo.






terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A farra das ONGs

Essa mania que alguns governantes têm de fazer contratos milionários com organizações não-governamentais, as chamadas ONG, podem estar lesando em muito os cofres públicos. O maior exemplo disso está nos municípios de Magé, Santo Antonio de Pádua e Aperibé, no Rio de Janeiro, onde um numeroso bando foi desbaratado pela polícia, mas mesmo quando não se comete desvio de recursos há o perigo de desperdício, como é o caso de dois contratos firmados pela Prefeitura de Nova Iguaçu, na gestão do prefeito petista Lindberg Farias.

Procuradores federais estão atentos ao compromisso firmado por Lindberg com a Finatec (órgão da Universidade de Brasília) e com a Fade (ligada á Universidade Federal de Pernambuco). O primeiro, no total de R$ 1,2 milhão, gerou descontentamento dentro do próprio governo, que ficou sem a competência de um técnico como Hormindo Bicudo, que pediu para sair porque teria percebido algo de errado nesse contrato. O segundo, no valor de pouco mais de R$ 2 milhões, garantiu a essa tal de Fade uma fortuna pela emissão de contracheques.

Desde janeiro de 2005 que se tem verificado verdadeiros absurdos no Palácio das Almas (a sede da Prefeitura iguaçuana assim é chamada porque é vizinha ao cemitério central da cidade), onde o dinheiro público tem servido para tudo, menos para beneficiar, de verdade, a população. Um desses absurdos foi cometido através da secretaria de Educação, que, apesar de ter uma titular, tinha os recursos administrados de acordo com a vontade de um trio da pesada, formado pelos ex-secretários Fausto Severo, Francisco José (o Chico Paraíba) e Estela Aranha. Pois é. O trio determinou e a secretaria de Educação assinou um contrato e R$ 4 milhões com o Instituto Paulo Freire, para prestação de “assessoria pedagógica”. Vê se pode: a secretaria tem uma estrutura enorme, com profissionais concursados altamente gabaritados, mas precisa de uma ONG para fazer o serviço. Daqui a pouco Lindberg vai contratar uma ONG para contratar ONGs.





Vai dizer o que agora, Senhor Anônimo?

E não é que me apareceu um “anônimo” para dizer que o secretário de Saúde de Nova Iguaçu, Henrique Johnson, não tem nada a ver com a Finatec. Sinto desapontá-lo, Senhor Anônimo. Hoje ele não deve ter mesmo, porque o órgão está sob intervenção e todos os contratos, inclusive o firmado com a Prefeitura de Nova Iguaçu, sob investigação do Ministério Público Federal. Henrique Johnson foi sim consultor da Finatec em Nova Iguaçu.

Agora só falta alguém dizer que o secretário não tem qualquer ligação com a empresa Henrique Johnson Buarque e Cia Ltda., que funciona na Rua Otaviano de Paula, em Taubaté-SP. Essa empresa foi descoberta pelo meu amigo Almeida dos Santos, que agora investiga se ela era usada pela Finatec nas tais consultorias contratadas pelas administrações petistas Brasil a fora.






segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Secretário era consultor em Nova Iguaçu

Antes que algum “anônimo” venha contestar a informação de que o novo secretário de Saúde de Nova Iguaçu, Henrique Johnson, foi “importado” da Finatec - órgão da Universidade Federal de Brasília - (que está sob intervenção e passando por uma devassa feita pelo Ministério Público Federal), o blog esclarece que o senhor Johnson era consultor. No dia 22 de junho de 2007 ele postou o seguinte texto no site Planeta Educação:

“Sou consultor em Gestão Pública. Neste período estou atuando na Cidade de Nova Iguaçu RJ. Nesta cidade a Prefeitura está implantando um projeto chamado "Posto Escola" onde se reformula de forma radical a relação usuário e profissionais de saúde. Uma parte deste projeto está se baseando na experiência do Dr. Patch Adams, tão bem retratada por Robin Williams no filme "O Amor é Contagioso". Seria muito interessante se o "Planeta Educação" desenvolvesse uma matéria com a experiência educacional chamada Bairro Escola em Nova Iguaçu. Estou a disposição para aprofundarmos este assunto se assim for do interesse de vocês.”


Como tem “anônimo” demais tentando tapar o sol com a peneira e defender o indefensável, o blog afirma que o contrato assinado pelo prefeito Lindberg Farias com essa tal de Finatec foi realmente colocado sob suspeita e está sendo investigado pelo Ministério Público Federal. Tem mais: uma fonte do gabinete do prefeito revelou que o competente Hormindo Bicudo, que prestava uma assessoria técnica à Prefeitura deixou o governo exatamente por causa desse contrato.






Câmara de Macaé vai custar R$ 25 milhões

Orçamento deste ano é o dobro do de 2004, quando o município tinha nove vereadores a mais. .

Apontada, em 2006, pelo Tribunal de Contas, como a Câmara de Vereadores mais cara do estado, a sede do Poder Legislativo de Macaé (Norte Fluminense) terá, para este ano, um orçamento de R$ 25 milhões, mais que o dobro de 2004, quando tinha nove vereadores a mais. Naquele ano a dotação foi de R$ 12.164.293,29, uma média de R$ 579.252,06, por cada um dos 21 membros. Para 2008, considerando a estimativa de receita e dividindo o total pelo número atual de vereadores (a composição da Câmara foi reduzida de 21 para 12 parlamentares), a média de gastos é de R$ 2.083,333,33 por cada um deles em 12 meses, duas vezes mais do que a Prefeitura de Quatis (Sul Fluminense), arrecada por mês, três vezes a receita mensal do município de Varre-Sai, no (Noroeste do estado), onde o prefeito Alfredo José de Oliveira se desdobra cuidar da cidade.

Em estudo elaborado em 2006 o Tribunal de Contas apontou que o Legislativo macaense custa mais caro que o de Niterói, que tem 18 vereadores; que o de Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu e São Gonçalo, com 21 vereadores. “O número de vereadores foi bastante reduzido em janeiro de 2005, mas os gastos, ao contrário, têm aumentado bastante. Foram R$ 12.399,763,69 em 2004 numa Casa com 21 vereadores e R$ 13.172.267,02, no ano seguinte, quando a Câmara já funcionava com 12 membros e quando deveria ter ocorrido uma redução de gastos de no mínimo 50%”, disse um técnico do Tribunal de Contas, que encontrou em suas análises 21 prefeituras com orçamentos menores que a Câmara Municipal de Macaé.

O levantamento feito nos municípios de Aperibé, Areal, Bom Jardim, Cambuci, Cardoso Moreira, Comendador Levi Gaspariam, Cordeiro, Italva, Macuco, Quatis, São José de Ubá, São José do Vale do Rio Preto, Rio Claro, Rio das Flores, São Sebastião do Alto, Santa Maria Madalena, Trajano de Moraes, Laje do Muriaé, Miracema, Tanguá e Varre-Sai mostram que essas prefeituras tiveram, no ano passado e terão este ano, receitas muito abaixo do que a Câmara de Macaé terá para gastar durante 2008.

O estudo do TCE foi publicado em maio do ano passado pela TRIBUNA DA REGIÃO e provocou várias manifestações. A pedido do jornal um economista fez uma estimativa de orçamento para este ano, com base na dotação que a Câmara teve em 2004, considerando número atual de vereadores e o índice de inflação do período. O resultado é surpreendente: a Câmara de Macaé poderia estar funcionando desde 2005 com muito menos dinheiro, uma dotação de R$ 8.897,311,68 e mesmo assim estaria gastando muito por vereador, uma média de R$ 741.442,64 para cada um dos 12 membros da Casa, gerando uma economia de mais de R$ 16 milhões por ano para os cofres da municipalidade, chegando a um total de R$ 64.410.753,28.






domingo, 24 de fevereiro de 2008

Boa recuperação, secretário

Um leitor da simpática cidade de São José dos Campos, onde o novo secretário de Saúde de Nova Iguaçu foi recuperar-se da pneumonia que contraiu recentemente, acessou esse blog hoje e gastou 34 minutos lendo os textos postados. Se for um conhecido do senhor Henrique Johnson, queira, por gentileza, transmitir a ele os nossos sinceros votos de recuperação, para que ele possa retornar logo ao trabalho, já que a coisa no setor de Saúde do município está feia. Não sei se o novo titular da pasta vá conseguir, mas torcemos para que ele arrume a casa, que anda muito bagunçada, embora quatro titulares tenham passado por lá na gestão do prefeito Lindberg Farias. Aliás, o setor nunca teve tanto dinheiro como agora. Foram cerca de R$ 300 milhões desde janeiro de 2005.

Bom regresso, secretário.




“A Amazônia está morrendo. O que faremos?”

Daniel Beltran me manda um e-mail com o seguinte texto:


DESMATAMENTO AMEAÇA A AMAZÔNIA

"Outro dia o governo falava que até setembro o desmatamento caiu muito, mas que desmatamento foi esse que caiu muito? São sete cidades de São Paulo, mais de oito cidades do Rio de Janeiro... Nós estamos falando aí, portanto, do desmatamento, até setembro, de oito vezes 1.400 km²... Quilômetros quadrados! Estamos falando de 12, 13, 14 quilômetros quadrados... É um assunto de extrema gravidade pro Brasil, pro mundo todo, pra nossa responsabilidade nacional e global."


O QUE FAZER?

"O governo devia ter o Exército, a Aeronáutica e a Marinha também, através de equipamentos em rios, o Rio Amazonas é um oceano, com essa função específica... O Estado-Maior das Forças Armadas, o Ministério da Defesa devia ter uma secretaria-geral que devia tratar do controlada floresta amazônica. Isso não é feito. Isso é feito por um organismo frágil, sem os instrumentos de força pra intervir, pra impedir, pra evitar, e termina num discurso muito bonito e com poucas conseqüências."


O QUE ESTÁ SENDO FEITO

Meu caro Daniel

Infelizmente quem antes questionava a falta de ações na Amazônia se encarrega de diminuir o pouco que se fazia e piora mais a situação. O governo está pronto para premiar os desmatadores, dando a eles a titularidade das terras desmatadas, desde que eles se comprometam em recuperar 50% da extensão devastada. Parece piada, mas não é. Como recuperar um ipê de 300 anos, um jequitibá de 200 um jacarandá de 100?






sábado, 23 de fevereiro de 2008

Só para não dizerem que não avisei

A maioria dos “gênios” que o PT trouxe para Nova Iguaçu com a finalidade de “fazer do município exemplo do jeito petista de governar” causou problemas sérios, promovendo verdadeiros estragos nas finanças da Prefeitura. Fizeram contratos estranhos com ONGs igualmente estranhas, torraram, sem qualquer critério, os recursos extras repassados pela União, implantaram “fantasmas” na folha de pagamentos e por isso respondem na Justiça.

Alguns desses “gênios” já meteram o pé na estrada, porque aqui encontraram jornalistas que não tem medo de cara feia nem do jogo sujo que os caciques do PT costumam fazer contra quem não embarca em sua canoa nem se deixa levar por seu discurso de transparência e seriedade, palavras que adoram usar, mas com quais não parecem ter muita intimidade.

Tem gênio até ameaçado de prisão, podendo levar consigo gente menos inteligente que se deixou usar em todos os sentidos, mas o prefeito Lindberg Farias parece não tomar jeito mesmo. Trouxe mais um nome de fora. “Importou” da Finatec - órgão da Universidade Federal de Brasília - (que está sob intervenção e passando por uma devassa feita pelo Ministério Público Federal), o novo secretário de Saúde, Henrique Johnson.

Quero alertar ao prefeito que no mesmo momento em que o pessoal da Finatec foi afastado pela intervenção, o senhor Johnson contraiu um pneumonia e deixou Nova Iguaçu, indo repousar em São José dos Campos, onde mora com a família. Digo mais: o governo Lindberg Farias tem a mania de abrigar gente que dançava em corda bamba. Um tal de Duncan Semple, por exemplo, assessor de José Dirceu, veio para Nova Iguaçu depois que a coisa ficou feia em Brasília e no Palácio das Almas começou a bater de frente com o ex-prefeito de fato, Fausto Severo.

Os dois foram embora, deixaram para trás um rastro de suspeitas, podem ser questionados de todas as maneiras, mas não se pode dizer que eles fracassaram na missão de fazer de Nova Iguaçu exemplo do jeito petista de governar.

Talvez, como o presidente Lula, Lindberg Farias vá dizer que não sabe de nada. Vou ajudá-lo de novo. Essa tal Finatec, da qual ele trouxe o secretário de Saúde, está muito mal na fita e todos os contratos feitos pelo órgão com as prefeituras (a maioria administradas pelo PT), foram colocados sob suspeita e estão sendo investigados, inclusive o assinado com a Prefeitura de Nova Iguaçu na gestão do senhor Luiz Lindberg Farias Filho (ou seria Luiz Lindbergh Farias Filhos?), que também, por decisão de Fausto Severo contratou uma ONG ligada à outra universidade federal, a de Pernambuco, entregando mais de R$ 2 milhões a uma tal de Fade - igualmente investigada pelo Ministério Público Federal - para ela imprimir os contracheques dos servidores municipais.






Muito teatro e pouca ação

Essa semana o governador Sergio Cabral esteve em Nova Iguaçu para entregar máquinas que vão ajudar na despoluição dos rios. Se isso acontecesse em outras épocas seria apenas uma entrega simbólica e pronto. Mas, estamos em um ano eleitoral e tudo que acontece precisa de luzes. Cabral trouxe consigo o deputado federal Nelson Bornier e ambos foram recebidos por um tímido Lindberg Farias. O prefeito, para se prevenir, levou seus comissionados, não queria fazer feio na frente do governador. Os comissionados, por sua vez, para agradar o patrão um pouco mais resolveram vaiar o deputado federal Nelson Bornier.

Enquanto Cabral e Lindberg faziam um discurso de conciliação, o grupo de comissionados gritava e vaiava o deputado. Já o grupo de Bornier, um pouco menor em número, ensaiava aplausos para o seu patrão. A leitura que podemos fazer desse ato nos deixa um pouco tristes com os rumos da política em nosso quintal. Lindberg, o exemplo do novo, continua agindo como os velhos coronéis. Assim como outros prefeitos fizeram durante a história política de Nova Iguaçu, também ele, Lindberg, praticamente obrigou os comissionados a irem ao evento.

Assim como outros prefeito fizeram ao longo do tempo, também ele, Lindberg, orientou aos comissionados que atrapalhassem o discurso de Bornier. Mas, o que ele e os outros políticos esqueceram é que ali não estava a parcela do povo de verdade. Quem estava ali eram pessoas pagas pelo governo que querem manter seus empregos. Para quem quer ganhar votos, portanto, o teatro dessa semana de nada adiantou, nem para um nem para o outro.

Mas, uma coisa podemos afirmar nessa situação triste e cômica, ao mesmo tempo. Quando Cabral dá fala na cerimônia para o deputado federal Nelson Bornier e ignora outros deputados que estavam no local, ele acena que está do lado de Nelson. A cumplicidade dos dois era flagrante para quem viu de perto. Pelo jeito, Lindberg não conseguiu a simpatia de Cabral e o teatro montado por ele e sua trupe também não foi suficiente. Enfim, até as eleições muitos teatros ainda serão montados de ambos os lados. O pior é que nem sempre vence o melhor.






quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Dois contratos e uma suspeita

Compromisso de compra de uniforme foi alterado

após denúncia de possível superfaturamento.

Procuradores do Ministério Público Federal estão investigando o contrato firmado entre a secretaria de Educação de Nova Iguaçu e a empresa WQ Comércio de Material escritório, no valor de R$ 9.153.389,74, para fornecimento de uniformes escolares. O contrato, assinado no dia 22 de dezembro de 2006, foi alterado no dia 9 de março de 2007, depois que os vereadores do bloco de oposição levantaram suspeitas de superfaturamento. Com a alteração o valor caiu para R$ 8.289.565,72, tendo sido reduzido os preços cobrados pela bermuda de helanca, que caiu de R$ 16,90 a unidade para R$ 11,69 e do short-saia, que passou de R$ 18,89 para R$ 14,64. O preço da camiseta, entretanto, considerado muito mais alto que o praticado no varejo, foi mantido a R$ 16,87. Por 221.904 camisetas temáticas o município pagou R$ 3.743.520,48.

Um mês após a compra dos uniformes os vereadores do bloco de oposição fizeram uma pesquisa de mercado e constataram que os conjuntos (camiseta e bermuda de helanca) de uniformes escolares vendidos nas lojas especializadas - tanto os modelos femininos como os masculinos - em material semelhante ao usado pelos alunos da rede municipal de ensino, custavam R$ 22 cada um. Os vereadores apuraram que as camisetas usadas pelos alunos da rede estadual estavam a venda nas lojas de varejo por R$ 9 a unidade.

De acordo com uma das notas fiscais emitidas pela WQ, no dia 25 de junho de 2007, a Prefeitura recebeu 23.040 camisetas ao preço unitário de R$ 16,87, no total de R$ 388.684,80. Se o prefeito tivesse optado por material semelhante ao usado pelas escolas estaduais, mesmo comprando as camisetas nas lojas, ao preço de varejo, teria gasto R$ 207.360,00 pelas 23.040 peças, economizando para os cofres da municipalidade R$ 181.324,80.

Além do valor alto, outro fato estranho chamou a atenção é que a empresa WQ Comércio de Material de Escritório e Serviços e não uma firma especializada em comércio ou fabricação de roupas, não tem uma costureira sequer em seus quadros e funcionava numa pequena loja da Rua Alexandre Fleming, 890, no bairro Vila Nova.




Material da CPI foi requisitado


Em abril do ano passado os vereadores chegaram a instalar uma comissão de inquérito para apurar a compra dos uniformes e ouviram um representante da empresa. As investigações, entretanto, foram paralisadas porque o prefeito Lindberg Farias (PT) impetrou um mandato de segurança para evitar que a CPI prosseguisse. Este mês entretanto, a Câmara de Vereadores recebeu um ofício do Ministério Público Federal, que solicitou todo o material coletado pela comissão.




CNPJs diferentes


Os vereadores constataram, por exemplo, que a Prefeitura deixou de comprar de quem tem fabricação própria para adquirir os uniformes de uma firma que alterou o contrato social dias antes da licitação, aumentando o capital para se adequar ao rito do processo licitatório. Na hora de faturar a venda, a empresa apresentou notas fiscais com número de CNPJ diferente do verificado nas etiquetas dos uniformes: o CNPJ das notas é 07.896.499/001-06, mas nas etiquetas das camisetas a inscrição é 07.896.999/0001-06.






terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

A análise do leitor

Leitores deste blog que acessam de regiões distintas me enviaram hoje e-mails analisando a posição do presidente Lula nas pesquisas realizadas nos últimos dias. A professora Jane Lima, de Vitória, Espírito Santo, diz não entender como a popularidade do presidente petista continua alta, “apesar das constantes trapalhadas e de tantos escândalos”. Das duas uma, “conclui Jane, ou o povo deixou de ler os jornais e assistir televisão ou essas pesquisas estão sendo manipuladas”. Este jornalista não concorda com o que diz Jane, mas também acha incrível o fato de nada colar no presidente Lula. Já a advogada Renata Cristina Sobreiro, de Porto Alegre, simplifica o assunto: “Lula é uma coisa. O PT e o governo são coisas muito diferentes”. Então, tá, Renata, mas a psicóloga Gisele Amorim Paranhos, de Fortaleza, vai fundo: “Lula e o PT banalizaram a corrupção. O povo agora acha tudo normal depois que constatou que o ídolo que carregaram no colo depois da vitória de 2002 também tem os pés de barro”.






Estado pode intervir em Nova Iguaçu

Pedido foi apresentado por procuradora que atua junto

à 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça.

Está nas mãos do procurador geral de Justiça do estado, Marfan Vieira, pedido para que seja analisada a possibilidade de intervenção estadual no município, pelo fato de o prefeito Lindberg Farias (PT) vir se recusando a cumprir decisão judicial, proferida em última instância em favor do Sindicato dos Servidores Municipais, obrigando o prefeito a pagar aos funcionários os direitos garantidos na lei que instituiu o plano de cargos e salários.

O pedido foi encaminhado pela procuradora Sônia Maria da Rocha Cruz, da quarta procuradoria, que atua junto à 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça. Lindberg já responde 293 processos judiciais e ele próprio a cinco por improbidade administrativa, sendo em que um deles Lindberg teve os bens bloqueados pela Justiça. Se o Tribunal de Justiça decidir pela intervenção o prefeito será afastado e substituído por um interventor nomeado pelo governador Sérgio Cabral. Se isso acontecer será a segunda intervenção do Governo Estadual no município em 22 anos. A primeira foi 1986, quando o prefeito Paulo Leone, eleito pelo PDT, foi afastado pelo governador Moreira Franco, que nomeou o juiz aposentado Francisco Amaral, vice-governador na época, para substituir o prefeito. Amaral governou até o dia 31 de dezembro de 1988.

“A situação do prefeito não é nada confortável. Ele responde a processos por improbidade administrativa e sua administração tem um histórico de não respeitar o que a Justiça decide. Acho bom ele parar de brincar com coisa séria”, avalia um procurador do município.

No pedido encaminhado ao procurador geral a procuradora Sônia Maria da Rocha Cruz diz que “tal situação evidencia claramente a utilização de artifício para o descumprimento de decisão judicial, o que deverá ser prontamente rechaçada pelo Poder Judiciário”.

A direção do sindicato diz que a intenção do prefeito Lindberg Farias é não pagar os direitos deles, mas, de acordo com os próprios advogados da Prefeitura, o prefeito não terá como não cumprir a decisão da Justiça.

“Já se protelou muito isso. Se o prefeito não acatar a decisão judicial será mesmo afastado. Espero que ele tenha bom senso e pague o que é devido aos servidores”, enfatiza outro procurador.






domingo, 17 de fevereiro de 2008

Perigo a vista


Um amigo do blog enviou, por e-mail, um relato que me fez parar para refletir sobre o enorme interesse de Ongs e empresas americanas em “proteger” as terras dos nossos índios. Falou-me da experiência que um amigo seu viveu em Roraima, mais precisamente na capital do estado, Boa Vista, que mais parece território estrangeiro, tal a influência externa, inclusive no controle de áreas que acabam restritas aos brasileiros.

Um dos maiores absurdos, relata o leitor, está no fechamento da estrada que liga Boa Vista a Manaus depois das 18 horas. Essa rodovia corta um trecho de 200 quilômetros da reserva indígena Waimiri Atroari e fica interditada à noite para que os índios não sejam incomodados. O fechamento é feito com autorização da Funai, mas os americanos podem circular a vontade. Outro fato curioso narrado pelo amigo da coluna é que os índios falam, além da língua nativa, inglês e francês, mas não pronunciam uma só palavra em português. Pior ainda: em algumas aldeias estão hasteadas bandeiras americanas.

Concordo com o amigo do amigo do blog. Estive em Roraima há uns dez anos e já dava para perceber o quanto Ongs e empresas americanas mandavam por lá. Pelas informações que recebo entendo que agora o controle também é dividido entre franceses e japoneses, sem que o Governo brasileiro demonstre qualquer preocupação.




sábado, 16 de fevereiro de 2008

O cara é bom

Sexta-feira bati um longo papo com um cara porreta lá de Paracambi, o professor Tarcísio, petista de carteirinha, mas sem o radicalismo da maioria dos congregados da legenda que acaba de completar 28 anos. Tarcísio, filho de um casal de operários da Companhia Têxtil Brasil Industrial, perdeu os pais antes de completar dez anos, mas as dificuldades não o tiraram do caminho reto. Engenheiro químico, ele, além de fazer política de forma clara , ele comanda um curso dos mais respeitados, o Alcance. Pré-candidato à Prefeitura da idade, Tarcísio, entendo, tem muito a contribuir para a retomada do crescimento do município, pois é filho da terra e nela pensa 24 horas por dia.

Terceira via

Tem um tal de Júnior se assanhando em Macaé. Quer fazer frente ao prefeito Riverton Mussi e ao deputado Silvio Lopes. Dizem que o camarada tem a sustentação financeira do empresário Osanã Almeida, dono do lixo e de outros negócios em Macaé, Rio das Ostras e Cabo Frio.

Substituto

O deputado Antonio Pedregal deverá ser o substituto de Alcebíades Sabino (PSC) na Secretaria Estadual do Trabalho, quando este sai para disputar a Prefeitura de Rio das Ostras, onde terá de bater de frente com o prefeito Carlos Augusto, que disputará a reeleição pelo PMDB.

Futuro incerto

E por falar na Região dos Lagos, contam lá pelas bandas de Cabo Frio que o que está arrancando os poucos cabelos (naturais) do deputado Alair Corrêa não é o fato de o prefeito Marquinhos Mendes estar sendo bem visto pelos caciques do PMDB que antes o desdenharam, obrigando-o a pular para o PSDB, mas um acordo que ele teria feito com o todo-poderoso Jorge Picciani, presidente da Alerj, pelo qual Alair teria de deixar a cadeira para o suplente Délio Leal, seja qual for o resultado nas urnas.

Bafafá 1

Uma fonte do Ministério Público deixou escapar que tem promotor de olho numa Ong usada por políticos para se movimentarem eleitoralmente e arrecadar doações nada transparentes. Se for verdade poderá resultar em confusão para muita gente boa.

As investigações já teriam começado pelo chique bairro do Recreio, no Rio e passado por Minas gerais.

Bafafá 2

Já que o assunto é o ministério Público, o inquérito que apura a reforma do prédio alugado pela câmara de Vereadores de Nova Iguaçu está deixando o ex-presidente da Casa, Carlos Ferreira, o Ferreirinha do PT sem sono, atrapalhando, inclusive, seus planos de bagunçar a vida de sua colega de partido, a professora Marli Freitas, dentro do PT. Tudo indica que vem um processo de improbidade administrativa por aí.






Os ídolos sempre têm pés de barro

Conta a história que Nabucodonosor teve um sonho onde via um grande rei com cabeça de ouro, o peito e os braços de prata, o ventre e os quadris de bronze, as pernas de ferro e os pés em parte de ferro e em parte de barro. Preocupado chamou os sábios do reino mas apenas o jovem Daniel soube decifrar o terrível sonho. Daniel disse ao rei que se tratava de uma visão do futuro onde ele conquistaria muitos reinos e outros viriam depois deles mas os pés de barro eram uma fraqueza e o rei poderia ter seu reino destruído.

Diante disso, muitas lendas surgiram, sempre lembrando que o rei, por mais poderoso que fosse, poderia ter os pés de barro e ser destruído por isso. Trazendo a história para os nossos dias e pedindo licença a Donosor, notamos que nossos ídolos realmente têm os pés de barros. De baixo de seu poder e riqueza são frágeis e podem ser derrubados a qualquer momento. Quando um rei se veste de ouro e acredita que jamais sairá do poder é preciso que alguém tenha coragem de "levantar suas vestes" e mostrar que esse poder pode virar pó. Desprezar o homem e suas crenças é um caminho para se perder tudo o que foi conquistado.

Por falar em conquistador, quando um deles chegava a uma terra desconhecida a qual queria dominar, a primeira coisa a fazer era impor sua própria língua e sua religião ou, em alguns casos, fazer de conta que tinha aprendido a língua nativa e que respeitava aquela religião tida para ele como pagã. Esse ardil, por incrível que pareça, ainda é usado em nossos dias. Conquistadores de outras terras invadem a nossa com o pretexto de aprender nossos hábitos e religião mas, quando estão a sós com seus pares o que fazem é rir e debochar dos nativos que ainda teimam em adorar a um Deus único.

Para esses reis é preciso deixar um recado: já na época de Nabucodonosor existia um Daniel capaz de interpretar os sonhos, em outras épocas, outros reis também foram desmascarados com seus pés de barro expostos a todos. Hoje em dia, com o advento da Internet e da informação invadindo nossas casas não dá mais para se vestir de ouro e tentar esconder os pés. O povo está atento e esse rei poderá ter as vestes levantadas a qualquer momento.






quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Existe sim senhor “anônimo”

Esse blog prima pela liberdade de expressão e portando abre espaço para os comentários sobre as matérias publicadas. Dias desses inseri aqui o pronunciamento de um leitor anônimo, questionando a informação de que a gestão do prefeito Lindberg Farias responde a 298 processos, sendo que o prefeito é citado em cinco por improbidade administrativa. O anônimo voltou a se pronunciar nessa quarta-feira e disse que no caso do processo das bolsas de estudo, a inicial não foi aceita e o processo não existe. Existe sim, senhor anônimo e para melhor esclarecer posto abaixo matéria publicada pela TRIBUNA DA REGIÃO, edição de 30 de janeiro.



Escolas mal-assombradas”

Caso dos “alunos fantasmas” de Nova Iguaçu gera processo por improbidade administrativa e pode deixar prefeito e secretária de fora das eleições.

O prefeito Lindberg Farias e a vereadora licenciada e secretária de Educação, Marli Silva Câmara de Freitas (ambos do PT), correm riscos de perder a função pública e os direitos políticos por um período que varia de três a cinco anos, além de serem obrigados a pagar uma multa de até 100 vezes o valor de seus salários, se forem condenados no processo de improbidade administrativa que respondem na 4ª Vara Federal de São João de Meriti, no qual são acusados pelo Ministério Público de terem agido ilegalmente ao matricularem nas escolas da rede municipal de ensino – para receberem recursos a mais do Governo Federal – alunos bolsistas que, na verdade, estudavam em colégios particulares.

Ação foi protocolada inicialmente na 1ª Vara Cível de Nova Iguaçu, onde se transformou no processo 2006.038.042.422-9, mas foi remetida à Justiça Federal pela juíza Kátia Cilene da Hora Machado, que, em medida liminar, chegou a determinar afastamento da secretária de Educação. A ação tramita agora com o número 2007.51.10.008358-8. O prefeito e a secretária foram procurados para falar sobre o assunto, mas não retornaram os contatos.

Tudo começou em 2005, quando o prefeito editou o decreto estabelecendo requisição de bens e serviços da rede privada de ensino fundamental, o que não aparentava nada de errado, mas uma investigação feita pelos promotores Alexandre Araújo de Souza, Emiliano Rodrigues Brunet e Flávia Monteiro de Castro, da 2ª Promotoria de Tutela Coletiva, apontou várias ilegalidades, inclusive o recebimento de forma irregular, por parte da Prefeitura, de recursos repassados pelo Ministério da Educação a partir dessa manobra.



MEC confirma irregularidade

No ano passado a TRIBUNA DA REGIÃO fez uma consulta ao Ministério da Educação que deixa claro que a secretaria municipal de Educação de Nova Iguaçu errou em contabilizar como estudantes da escolas da Prefeitura os bolsistas matriculados em escolas particulares e em usar o dinheiro do FUNDF para pagar pelas bolsas de estudos.

O MEC esclareceu que os recursos com base no número de alunos do ensino fundamental público e que os recursos não podem ser usados para pagar bolsas: “ainda que na LDB esteja prevista a despesa com a concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e privadas - artigo 70, inciso VI - (ocorrência comum no ensino superior) ela não poderá ser realizada com recursos do FUNDEF, cuja vinculação é exclusiva ao ensino fundamental público, integralmente gratuito, como garantia constitucional”.



Promotoria ouviu as mães de alunos

As investigações foram iniciadas em 2006, partir do lançamento do livro “Governo Lindberg – entre a escola cidadã e a exclusão educacional”, do qual o ex-secretário adjunto de Educação do município e ex-dirigente do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Emiliano Araújo, revelou como funciona o esquema de esquentar as matrículas de alunos no Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, órgão do Governo Federal subordinado a Ministério da Educação. O caso ficou conhecido como “A Fraude da Página 40”.

De acordo com o que foi apurado, em 2005 18 escolas particulares participaram do esquema, com 1.628 alunos matriculados, recebendo por cada um deles R$ 54. Esses estudantes tinham matrícula dupla, uma na unidade particular e outra na rede municipal, para que a Prefeitura recebesse por ele. No ano seguinte, apurou a promotoria, o esquema passou a contar com 17 colégios particulares e o número de alunos caiu para 1.314.

Pelo esquema a Prefeitura lucrava com os alunos, pois recebia por eles verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF), do Salário Educação, do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), mas nada gastava com essas crianças, que, por estarem estudando em escolas particulares, não recebiam benefícios como uniforme, calçados, material didático, merenda e transporte escolar. Isso foi confirmado pela secretária de Educação, que, ao depor no inquérito, evitou chamar esses estudantes de bolsistas.

Ela afirmou que os “os alunos beneficiários do sistema de requisição de bens e serviços integram a rede pública e são alunos da rede municipal de ensino, sendo que a Prefeitura somente requisita o ser-viço educacional às escolas particulares”. Ela afirmou também que “os outros benefícios que os alunos da rede pública possuem, tais como merenda escolar,”



Maus-tratos

O Ministério Público ouviu várias mães de alunos e todas confirmaram que seus filhos tinham duas matrículas, estudavam nas unidades particulares e nunca haviam entrado numa escola municipal. Lília Carla Marques Fernandes contou que sua filha estudou na 1ª e 2ª séries na escola particular Centro Educacional Modelo, mas estava matriculada também na Escola Municipal Compactor. Ela disse que questionou isso e foi chamada pela dona do colégio, que reclamou que o questionamento de Lília atrapalhava ela receber os valores devidos pela Prefeitura. A mãe revelou em seu depoimento que depois de sua reclamação a filha “começou a sofrer retaliações dentro da escola, ficando de castigo sem motivação e sofrendo maus-tratos”.






segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

São processos sim, meu caro anônimo

Um leitor anônimo postou o seguinte comentário para este jornalista:

Os "298” processos não são na Justiça e sim Inquéritos Civis no MP. A grande maioria são reclamações da população, como por exemplo estabelecimentos que tem som alto demais. Há também um grande número de denúncias anônimas de que houve eventual fraude em uma licitação e os processos licitatórios são prontamente entregues ao MP para análise.

Quanto às ações de improbidade, o ex-prefeito Nelson Bornier responde a 11 processos, fato este não muito divulgado. Basta conferir no site do TJ.”

Meu caro “anônimo”, afirmo que são processos sim. A gestão de Lindberg Farias ocupa 30 páginas no site do Tribunal de Justiça, realidade que não pode ser contestada. Quanto aos processos do deputado Nelson Bornier, quem acompanha a carreira deste jornalista sabe que já os divulguei bastante. Mas agradeço sua lembrança e publico aqui as informações que me passou:

Ações de Improbidade Nelson Bornier

2006.038.056220-1, 2006.038.051931-9, 2007.038.007004-5, 2007.038.006173-1,

2007.038.007002-1, 2007.038.007538-9, 2007.038.004897-0, 2007.038.006749,

2005.038.006648-7, 2004.038.003471-0.

Obrigado. Continue colaborando conosco






sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Prefeito de Nova Iguaçu responde a 298 processos na Justiça. Cinco são por Improbidade Administrativa

O prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), está correndo sérios riscos se tornar inelegível, ficando fora do processo eleitoral e ressarcir os cofres públicos de possíveis prejuízos causados ao município. Essa é a possibilidade se a Justiça acatar os pedidos que serão feitos pelo Ministério Público (MP) ainda esse ano. O prefeito enfrenta cinco processos de improbidade administrativa e ainda 293 processos na área civil. Em alguns deles, o MP pede que ele perca os direitos políticos por até oito anos. Segundo especialistas, será praticamente impossível o prefeito escapar de tantos processos. Se pelo menos um deles for julgado, Lindberg Farias poderá não concorrer à reeleição.

Nos últimos 20 anos, o prefeito petista é o que mais acumula processos na Justiça. Para Maria dos Anjos, moradora do bairro Miguel Couto, esse tipo de informação deveria ser mais divulgado para que um número maior de pessoas soubesse o que está acontecendo no Governo Municipal. "A gente não sabe de nada disso. O que a gente vê é só propaganda de que a cidade está cheia de obras. Eles falam de bairros que a gente nunca foi e por isso não pode nem conferir se a obra existe mesmo", reclama. Maria não sabe bem o que significa Improbidade Administrativa mas sabe que alguma coisa está errada.

O prefeito comete Improbidade quando utiliza o dinheiro público de maneira errada. Um dos processos enfrentado por Lindberg é quando ele utilizou o dinheiro do Fundef para pagar bolsa de estudo para alunos que estudam em escolas particulares. "O prefeito e a secretária de Educação, Marli de Freitas, enfrentam o mesmo processo. Os dois matricularam alunos das escolas particulares em escolas municipais, sem avisar os pais. O aluno passou o ano inteiro estudando em escola particular mas recebeu diploma de uma escola municipal que nunca estudou", conta um advogado que participou do processo.

Nesse caso, os dois estão respondendo à acusação na Justiça. Marli também pode se tornar inelegível se forem julgados culpados. Essa é apenas uma das dores de cabeça que o prefeito terá de enfrentar até o final do ano. Os dois ainda estão juntos em outros processos semelhantes e ainda em inquéritos que correm em sigilo de Justiça.

"A Justiça é muito lenta. As coisas demoram muito a acontecer. Não sei se vai dar tempo da Justiça julgar tudo isso. O mais importante é que o povo precisa ficar sabendo. A gente tem que saber em quem está votando. Não adianta ficar só com a informação da televisão ou dos adversários", completa Maria.






Na farra da viúva

Lembro-me muito bem de uma conversa que tive com Lindberg Farias (PT), prefeito de Nova Iguaçu, na casa de shows Riosampa, logo depois de sua posse, no dia 1º de janeiro de 2005. Ele me garantiu que reduziria os cargos de confiança (ocupados através de nomeações diretas), em pelo menos 30%. Constato agora que em vez disso ele aumentou consideravelmente o número de cargos e elevou os gastos com essas funções em quase 100%, para agradar seus companheiros de partido e matar a sede dos vereadores que lhe dão sustentação na Câmara Municipal, que, em troca, fecham os olhos para as irregularidades e deixa a coisa correr frouxa. Então vamos aos números.

Na administração anterior haviam apenas 16 secretários nomeados, incluindo o chefe do gabinete do prefeito, controlador e o procurador-geral. Hoje são 44 secretários (com R$ 7 mil de salário), 151 secretários adjuntos (R$ 4 mil mensais cada um) e 193 subsecretários R$ 2,5 para 13 secretarias, uma chefia de gabinete, uma procuradoria e uma controladoria. Além disso a Prefeitura conta 2.316 assessorias, cargos, que na verdade, segundo os membros do bloco de oposição, estariam sendo usados para abrigar cabos eleitorais da base aliada. A oposição acredita que tem vereador com 40 nomeados, mas existiria outros com um exército e tanto: 120, 150 e até 200 “coringas” na folha de pagamento.

A verdade é que desde 2005, apesar da promessa do prefeito, o número de cargos comissionados na Prefeitura de Nova Iguaçu tem se multiplicado a cada ano. No mês passado, por exemplo, os “nobres” vereadores que rezam com o terço de Lindberg, aprovaram a criação de mais uns tantos e fizeram isso sem o menor problema, pois sabem que quanto mais cargos existirem, mais cabos eleitorais poderão ser pagos com o dinheiro do povo.






quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Preconceito é o...

Um bando de idiotas já anda dizendo por aí que a ex-ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, foi vítima de racismo por parte da imprensa. Matilde pediu demissão depois que jornalistas descobriram e cumpriram o dever de informar ao país que ela usou o cartão de crédito corporativo para pagar despesas pessoais.

Cabe esclarecer que essa senhora foi vítima de si mesma. Nem ela nem ninguém do governo tem o direito de usar o dinheiro do povo para uso pessoal, o que tem sido feito também pelos ministros Altemir Gregolin (Pesca) e Orlando Silva (Esportes) e por vários assessores.


Orgia

E por falar nos tais cartões corporativos, dois seguranças do presidente Lula gastaram, em três anos, R$ 149,2 mil. Usaram os cartões inclusive para fazer saques. Um outro segurança, esse a serviço de Lurian Cordeiro, filha de Lula, usou o cartão para comprar peças para um carro particular e materiais de construção. Aliás, é preciso que se explique porque a primeira-dama, dona Marisa, que não tem nenhuma função no governo, também tem um cartão desses.


Escondido

Com a desculpa de que é necessário evitar o uso político dos gastos abusivos feitos com os cartões corporativos, o presidente Lula determinou que não fossem mais divulgadas as despesas de seu gabinete e da residência oficial, o que já passa de R$ 6 milhões.

Na verdade o que o “ético e transparente” governo quer é esconder do povo os absurdos praticados.






terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

PMDB se divide sobre sucessão municipal em Cabo Frio

“Acho que fizemos uma má opção em Cabo Frio”. A frase, dita na noite de domingo de carnaval no camarote do governador Sérgio Cabral Filho, reflete bem a preocupação da cúpula do PMDB com a disputa eleitoral naquele município, considerado de grande importância para o partido. A conversa envolveu os nomes do prefeito Marquinhos Mendes (hoje no PSDB) e o ex-prefeito Alair Corrêa, deputado estadual que levou a melhor sobre Mendes numa disputa interna para decidir qual nome seria levado à convenção que, em junho, definirá o nome do candidato a prefeito. De acordo com uma fonte ligada aos caciques do PMDB, pessoas que influenciaram na decisão que obrigou Marquinhos Mendes a sair do partido hoje estão muito arrependidas. “Alguma coisa muito forte deve ter acontecido ou estar por vir, porque o Picciani (presidente da Assembléia Legislativa, homem forte do PMDB e principal defensor de Alair) já não está com o mesmo entusiasmo”, afirmou a fonte.

No mês passado o ex-governador Anthony Garotinho passou uma semana em Cabo Frio. Ele ficou hospedado na casa de um irmão do prefeito. Garotinho, que fez de tudo para Marquinhos permanecer no PMDB, já deixou claro que não subirá no palanque de Alair. Garotinho entende que Marquinhos tem todo o direito de buscar a reeleição. “Alair teve três mandatos de prefeito, sendo dois consecutivos. Creio que ele poderá ajudar muito o município, mas como deputado estadual, representando os interesses do município na Alerj, onde colaboraria com Marquinhos”, tem dito Garotinho.

Ainda segundo a fonte do PMDB, a cúpula do partido acreditou que quando Alair Corrêa lançasse sua pré-candidatura haveria uma comoção popular em Cabo Frio, com os eleitores aclamando a volta do ex-prefeito ao controle do município. “Isso não aconteceu e o ex-prefeito não vem conseguindo manter-se no topo. Isso preocupa muito e não será nenhuma surpresa se for buscada uma alternativa. O partido não quer perder Alair, mas também não poderia ficar achando que ele é imbatível”, concluiu.

Para a cúpula do PMDB, o tempo passou e Alair continua usando os mesmos métodos antigos de fazer, apelando para dramas familiares e falando de traição, como se o povo estivesse interessado nisso. “O eleitor que é saber de propostas e não de questões pessoais. Cabo Frio não é extensão do quintal de ninguém. É uma cidade moderna e precisa ser administrada como tal. O eleitor vai avaliar as propostas e decidir sem levar em conta essa conversa fiada de traição política”, completou a fonte, afirmando que a fraqueza da equipe de Alair preocupa bastante.






sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Cheque em branco

Quarta-feira os vereadores de Nova Iguaçu deram mais uma mostra de que realmente comem aquilo que o prefeito Lindberg Farias (PT), quer. Depois de um espetáculo teatral que durou todo o mês de dezembro, os “nobres” representantes do povo decidiram aprovar o orçamento e o fizeram do jeito que o prefeito queria, dando a ele um cheque em branco de mais de R$ 250 milhões, para gastar livremente, sem ter de dar qualquer satisfação à Câmara.

É isso mesmo: dos cerca de R$ 900 milhões aprovados para o exercício deste ano, o prefeito poderá remanejar, para onde quiser, 30%. Em dezembro os vereadores chegaram a dizer que só permitiriam o remanejamento de 3%, o que obrigaria Lindberg Farias a recorrer à Câmara todas as vezes que quisesse aprovar um remanejamento. Mas o prefeito não levou apenas o cheque em branco.

Mas não é só isso. Lindberg ganhou também a criação de vários cargos de confiança, o que lhe permitirá empregar mais algumas dezenas de cabos eleitorais, reforçando a máquina que puxará sua campanha à reeleição.



Herança maldita

Cento e cinqüenta milhões de reais. Essa é a dívida do município de Cabo Frio, uma herança que o prefeito Marquinhos Mendes recebeu de seu antecessor, o “cabeludo” Alair Corrêa, que governou a cidade por 14 anos e nunca repassou para a Previdência Social os valores descontados dos servidores. Só ao INSS o município deve R$ 50 milhões e por conta disso não recebe um centavo sequer do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que o governo federal é obrigado a repassar todos os meses. O FPM de Cabo Frio, R$ 2,3 milhões mensais, é retido na fonte para quitar as parcelas da dívida negociada.


Presente de grego

E por falar em Cabo Frio, levou três anos para os servidores municipais descobrirem que o abono anual que recebiam da Prefeitura não abonava coisa nenhuma. Que Alair Corrêa, que fala desse tal abono como se fosse a melhor coisa do mundo, prejudicou a todos os funcionários ao deixar de repassar para o INSS os valores descontados. Ele tirava dos salários, não pagava a Previdência e depois pagava o abono. Somando os descontos chega-se ao valor do dito cujo e ai a máscara cai.